sábado, 20 de junho de 2009

Ficção literária como um “remédio” adequado


Deborah Berlinck em entrevista com Nancy Huston diz que os humanos estão invadidos pela ficção sem perceber. Ela diz que quando estas ficções são pobres podem se tornar nefastas e perigosas. Berlinck indica a ficção literária como “remédio” aos modos perigosos de ficcionalizar o real. Segundo Deborah a ficção na literatura não se apresenta como verdade eterna, ela abre um espaço na psique para ambigüidades, contradição, complexidade e situações com mais nuances.

Nossa psique necessita das multiplicidades emocionais, imagéticas que abrem novas possibilidades de imaginação para o sujeito "se organizar" no fluxo de conhecer mundos. A literatura pode geralmente se torna um modo lúdico de nos identificamos com personagens que, em princípio, nem se parecem conosco.

Deborah Berlinck acredita que escrever é empurrar a fronteira do real, navegar para além da lógica racional e com isso possibilitar acessarmos diferentes partes da psique. Escrever também pode ser visto como criar mundos e mesmo criar no mundo. Deborah comenta sobre a importância da leitura de romances, pois romances em forma de filme ou algum outro meio de massa nos aproximamos de novas formas culturais diferentes da nossa. Podemos dizer que a ficção nos oferece uma distância preciosa... Facilita a identificação pessoal sem que haja enredos lineares e destrutivos que afetem negativamente a realidade concreta; aumenta nosso conhecimento sobre o que não é considerado familiar, contribuindo para melhor compreendemos os outros e o estrangeiro; e ainda desenvolve nossa imaginação e criatividade de modo lúdico.

http://www.lpm-editores.com.br/v3/artigosnoticias/arquivos/marcas_oglobo_220308.pdf

Anita Rink desenvolve no Atelier Rink estudos e discussões sobre o assunto.